sexta-feira, 13 de junho de 2008

Guimarães por Guimarães





















"Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser
um crocodilo vivendo no rio São Francisco.
Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios,
pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros,
mas nas profundezas são tranqüilos e escuros
como o sofrimento dos homens."

"Que nasci no ano de 1908, você já sabe
(...) Minha biografia literária não deveria ser crucificada em anos. As aventuras não tem tempo, não tem princípio nem fim. E meus livros são aventuras, para mim são minha maior aventura. Escrevendo descubro sempre um novo pedaço do infinito. Vivo no infinito, o momento não conta. Vou-lhe revelar um segredo: creio já ter vivido uma vez. Nesta vida, também fui brasileiro e me chamava João Guimarães Rosa. Quando escrevo repito o que já vivi antes (...) Como escritor, não posso seguir a receita de Hollywood, segundo a qual é preciso sempre orientar-se pelo limite mais baixo do entendimento. Portanto, torno a repetir: não do ponto de vista filosófico e sim do metafísico, no sertão fala-se a língua de Goethe, Dostoievski e Flaubert, porque o sertão é o terreno da eternidade, da solidão (...). No sertão, o homem é o 'eu' que ainda não encontrou um 'tu'."

Fonte: http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=resumos/docs/meninadela

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